sábado, 4 de outubro de 2008

Esperança de dias melhores...

São quase meia-noite, provavelmente quando eu terminar de escrever já será dia 5 de outubro. Esse domingo será minha primeira eleição, a vontade de mudar o mundo ainda é grande, a esperança também. Embalado por esse espírito vou comentar um filme que, particularmente, gosto muito e tem de plano de fundo, um político.

"Bobby"

O filme chegou no Brasil em julho de 2007, escrito e dirigido por Emilio Estevez.

Bom, o plano de fundo são as eleições presidenciais dos EUA em 68, o candidato era Robert F. Kennedy, irmão mais novo do antigo presidente John Kennedy. A história mostra 22 tramas, de pessoas que estavam no Ambassador Hotel onde o senador foi assassinado e de como suas vidas foram afetadas, de diferentes maneiras, por sua morte.

Um elenco como pouco já se viu: Anthony Hopkins, Demi Moore, Sharon Stone, William H. Macy, Elijah Wood, Lindsey Lohan, Laurence Fishburne, Martin Sheen, Helen Hunt, Shia LeBeouf, Ashton Kutcher... ufa, isso porque não falei todos.

Com o foco justamente nessas tramas menores, ao invés de uma biografia de Kennedy (este só aparece em imagens de arquivo), os atores dão um show, é simplesmente delicioso assistir a esse filme com tantas, tantas performances que você irá se lembrar depois de muito tempo. Um orçamento milionário para contratar tanta gente? Acredito que exista muita camaradagem por parte dos atores, dinheiro para tanta estrela não havia.

O filme dá um belo exemplo de como uma população espera dias melhores, viam naquele político uma espécie de salvação, de dias melhores que estavam por vir. O filme perfeito para a data que estamos. Na esperança de dias melhores, que tentará ser refletida nas urnas.

"Bobby" mostra como podemos nos apegar a alguém, que a princípio não conhecemos, de depositar nele uma esperança e que com sua morte, vê-se um sonho destruído. O filme é suave, um roteiro que valoriza seus atores magníficos, com bons diálogos, alguns que você irá lembrar. Personagens humanos que dão um toque a mais, uma certa identificação. Hopkins e Harry Belafonte são adoráveis de ver como dois senhores que adoram lembrar dos velhos tempos, Moore como uma cantora decadente, Stone uma cabeleireira cujo marido, Macy, a trai com a telefonista sonhadora do hotel. Pra mim a cozinha do hotel era um açúcar na medida: um chefe racista, mexicanos que se sentem oprimidos, e Laurence Fishburne dando seu showzinho maravilhoso como o chef, nossa, que chef.

Se fosse para escolher, colocaria Fishburne e Hopkins como os melhores, mas seria tão injusto com os outros que fazem um trabalho maravilhoso. Até mesmo LeBeouf e Kutcher, experimentando LSD, Lohan e Wood estão na medida certinha para seus personagens, a menina que se casa com o amigo para este não ir para a guerra do Vietnã, o próprio diretor/roteirista Emilio Estevez está excelente no marido submisso de Demi Moore, pra quem na sabe Estevez é filho de Martin Sheen, que está no filme (e em Apocalypse Now) e irmão mais velho de Charlie Sheen (da série Two and a half men).

"Bobby" já está nas locadoras e é uma excelente pedida para esse período em que estamos. Suave, delicioso e que nos dá esse sentimento de esperança que é renovado sempre em que temos de ir às urnas. Vote consciente nesse domingo.

Nota: 8/10


Trailer:



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