sábado, 31 de janeiro de 2009

Road to the Oscars II

- No outro post em que dei os primeiros palpites para o Oscar, marquei o melhor curta de animação "Presto" e no comentário justifiquei por ter gostado do nome, mas há alguns dias assisti ao curta da Pixar no YouTube e é, pra variar, sensacional. Pra quem se interessar tem também o curta que vem no DVD do "Wall-E", "Burn-E", mas assista ao curta somente se tiver visto o longa, é melhor.



Frost/Nixon (idem, 2008)


Direção: Ron Howard
Roteiro: Peter Morgan
Elenco: Michael Sheen, Frank Langella, Sam Rockwell, Kevin Bacon, Oliver Platt, Rebecca Hall.
Extra: Indicado a a 5 Oscars 09 (incluindo melhor Filme, Ator [Frank Langella], Roteiro Adaptado, Diretor [Ron Howard] e Edição), 6 BAFTA's (incluindo Filme, Ator [Frank Langella] e Diretor) e 5 Globos de Ouro (incluindo Ator, Diretor e Filme). Custou US$ 35 milhões.


Essa história começa mostrando o presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon (Frank Langella), renunciando ao cargo já em seu segundo mandato, após o escândalo de Watergate (retratado especificamente no filme "Todos os Homens do Presidente" de Alan J. Pakula, de 1976). Após sua renúncia o vice assume o posto e perdoa Nixon por qualquer crime de corrupção que tenha cometido, livrando-o de um julgamento. A maior parte da população se mostra revoltada pelo homem ter saído impune e sem pedir assumir ou pedir desculpas.

Entra em cena então um simpático e carismático apresentador de televisão, sem ambições ou gosto por política, David Frost (Michael Sheen, Tony Blair em "A Rainha"), que possui um programa de sucesso na Austrália e Inglaterra, porém fracassou nos EUA. Vendo que poderia obter muita audiência e sucesso - nos EUA, seu objetivo maior - caso conseguisse que Nixon assumisse algo do caso Watergate, começa uma empreitada para tentar fazer a entrevista e, claro, dinheiro para isso, alguma emissora para transmitir. Porém, Frost é britânico e ninguém leva fé de que um apresentador de TV fosse fazer Nixon falar, que já tinha escapado de entrevistadores mais... "fortes" que Frost.

Assista ao filme ou procure na internet para saber se ele foi bem sucedido na entrevista, agora vamos lá... "Frost/Nixon" obviamente, tem significado muito maior para os estadunidenses, já que trata de um dos maiores casos de corrupção do país e de seu presidente, então talvez nós não consigamos gostar tanto do filme. Eu, por exemplo, achei um exagero suas indicações para Melhor Filme no Oscar, preferiria "Dúvida" em seu lugar.

A direção de Ron Howard não é nada demais. Algumas cenas são realmente boas, mas o filme em si é correto, não é um trabalho que você diz "só Howard conseguiria fazê-lo". Nos outros aspectos técnicos não temos muito o que destacar, um figurino razoavelmente fácil, assim como a direção de arte, sem grandes desafios.

O que destacar então? O roteiro de Peter Morgan (de "A Rainha"), baseado em sua própria peça, eu gostei bastante, conduz muito bem o filme, com bons diálogos. A edição de Dan Hanley e Mike Hill é boa, dá um ótimo ritmo ao filme, que tem aproximadamente duas horas.

O destaque maior, no entanto, são seus protagonistas: Michael Sheen (David Frost) e Frank Langella (Richard Nixon). Nenhum dos dois muito parecidos com os verdadeiros, porém são o trunfo do longa. O primeiro consegue se mostrar carismático, fraco no início, depois vai mostrando uma força maior, até uma certa ingenuidade.

Mas Frank Langella domina suas cenas. O respeitável ator imprime a forte voz, consegue passar toda a vontade de Nixon, seu desejo de voltar a presidência, sua fragilidade, sua arrogância, sua esperteza, a incrível capacidade de oratória. Por alguns momentos duvidamos realmente se o homem é tão ruim quanto falam, tudo graças a Langella. Sua atuação é exemplar, só não leva o Oscar por culpa de dois outros atores, um deles logo abaixo...


Nota: 7/10






O Lutador (The Wrestler, 2008)


Direção: Darren Aronofsky
Roteiro: Robert D. Siegel
Elenco: Mickey Rourke, Marisa Tomei, Evan Rachel Wood.
Extra: Indicado a dois Oscars 09 (Melhor ator [Mickey Rourke] e melhor atriz coadjuvante [Marisa Tomei]). 2 BAFTA's nas mesmas categorias e 3 Globos de Ouro (além das outras duas, melhor canção original "The Wrestler" de Bruce Springsteen. Custou US$ 7 milhões.



Gosto de filmes com sinopse simples pra me economizar tempo, então, "O Lutador" conta a história de Randy "The Ram" Robinson, um - oh! - lutador de luta-livre - coreografada sim, falsa jamais - que se vê atingido por um inimigo imbatível: o tempo.

Vinte anos atrás ele estava no auge da carreira, o ídolo de todos, hoje luta em eventos menores, vive num trailer e nem sempre tem o dinheiro necessário. Virou a lenda, o senhor que todos admiram e vê sua paixão escorrer pelo ralo quando tem um ataque cardíaco e é aconselhado a parar de lutar.

Randy não fala com a filha Stephanie (Evan Rachel Wood) há anos, não é casado e a única amiga que tem - além dos colegas de luta - é Cassidy (Marisa Tomei), uma stripper.

Bom, o filme é realmente bom. Não conheço os outros trabalhos do diretor por puro desinteresse, mas agora quero conhecer seu trabalho. Todo o longa é usado câmera na mão o que te deixa mais próximo dos personagens, da ação, mais dentro do filme. Porém, como destacado pelo Kau (do ótimo "Bit of Everything") a película se vê prejudicada por uma montagem realmente fraca. Andrew Weisblum (editor de "Viagem a Darjeeling" e assistente em outros) faz cortes abruptos e secos que não imprimem um ritmo harmonioso ao longa, não dando uma cadência muito boa. No meu ponto de vista, esse é o calcanhar de Aquiles do filme, que se não fosse por isso poderia disputar as categorias principais.

Aliás, falando em disputar, por algum motivo a Academia só selecionou três canções para a categoria de canção original, e vergonhosamente, "The Wrestler", canção de Bruce Springsteen, ficou de fora. Concordo com "Down to Earth" e "Jai Ho", mas "O Saya" deveria ter dado lugar a citada acima...

Mas "O Lutador" tem um trio de atores que faz o filme ser realmente bom. Evan Rachel Wood, mesmo com pouco tempo em cena, mostra uma filha traumatizada, frágil, mas que ainda ama o pai, que gostaria que as coisas tivessem sido diferentes... a jovem mostra que tem talento, espero vê-la ainda em bons trabalhos.

Marisa Tomei... fiquei realmente revoltado em uma cena em que sua personagem é esnobada por uns clientes. A mulher está em plena forma física, aos 44 anos, lindíssima e muito, muito, talentosa. Consegue sua terceira indicação ao Oscar por atriz coadjuvante (tendo vencido por "Meu Primo Vinny" de 1992 e indicada por "Entre Quatro Paredes" de 2001), como não vi Penélope Cruz ainda, torço por ela (vencendo Amy Adams, Viola Davis e Taraji P. Henson).

E ainda considero o filme de Mickey Rourke. Não é à toa que no pôster vemos um comentário "testemunhe o ressurgimento de Mickey Rourke". Tendo, sim, um pouco de sua vida na história do lutador, o homem consegue voltar com uma excelente performance, dando toda a sensibilidade, força, orgulho, que "The Ram" tinha que ter. Duvido que teríamos outros ator fazendo tão bem, talvez por ter essa identificação, não importa realmente. Várias cenas conseguiram me chamar atenção, que infelizmente não posso comentar sem spoiler, mas Rourke volta com grande estilo e talento. Torço que continue no caminho certo.

Ainda não vi "Milk", portanto, meu Oscar vai para Mickey Rourke. Vida longa ao lutador.


Nota: 8/10


terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Road to the Oscars

Dúvida (Doubt, 2008)

Direção: John Patrick Shanley
Roteiro: John Patrick Shanley
Elenco: Meryl Streep, Philip Seymour Hoffman, Amy Adams, Viola Davis.
Extra: Indicado para o Oscar 09 em cinco categorias (Ator, Atriz, Atriz coadjuvante [2] e Roteiro adaptado), 3 BAFTA's, 5 Globos de Ouro, 5 SAG Awards (tendo vencido melhor atriz [Meryl Streep]). Custou US$ 25 milhões.


O título desse filme é perfeito. Conforme for escrevendo, entenderão o motivo. Bom, a história se passar em um colégio religioso no Bronx, no ano de 1964 logo após a morte de John Kennedy. Logo vemos o padre Flynn (Hoffman) rezando uma de suas missas sobre o tema da dúvida. A dúvida religiosa que muitos enfrentam, dúvida sobre a vida, sobre a felicidade, o filme começa bem. Aí avançamos com o filme e surge a dúvida se o padre Flynn abusa ou não de um de seus coroinhas - este é o primeiro aluno negro da escola.

Como essa última dúvida surge? Após uma das freiras-professora da escola, irmã James, conta a diretora que Donald Miller (o coroinha) voltou estranho da sala do padre e com cheiro de álcool. Então, a irmã Aloysius Beauvier - que é a diretora tradicionalista, temida pelos alunos, conservadora, radical, aquela típica freira mostrada em filmes e que existem até hoje.

Temos mais dúvidas durante o filme... será que o padre Flynn está mesmo fazendo isso? Ou se está, será que é algo ruim? O rapaz não tem amigos por culpa da cor de sua pele e é amigo do padre, sua mãe (vivida por Viola Davis) o defende fervorosamente.

Para não revelar mais do filme vou começar meus elogios ao elenco. E que elenco. Começar por Viola Davis que aparece basicamente em uma cena, mas mostra todo seu brilhantismo, não a toa que tenha conseguido indicação para melhor atriz coadjuvante no Globo de Ouro, Screen Actors Guild e Oscar. Assim como a jovem e inocente irmã James, interpretada por Amy Adams, que além dos três prêmios ganhou indicação ao BAFTA. A jovem atriz mostra que tem capacidade, suas cenas são lindas, incorpora perfeitamente o espírito da freira e está igualmente brilhante.

Mas Philip Seymour Hoffman é um mestre. O principal ator do longa mostra - mais uma vez - que um Oscar é pouco. O homem sabe escolher seus papéis - ao contrário do igual vencedor Forest Whitaker, que é excelente, mas tem escolhido péssimos papéis - e para mim é o melhor ator de sua geração, sou fã confesso do cara e sua filmografia é soberba.

E Meryl Streep? Bom, não gostei dela em "Mamma Mia!" e fiquei muito feliz ao constatar que ela recupera sua forma em "Dúvida". Algumas pessoas disseram que ela está "caricata" demais, eu discordo. Como freira conservadora ela está perfeita. Não consigo imaginar alguma atriz que faria melhor, duvido. A mulher esbanja talento e carisma. Ela não venceu o Globo de Ouro, mas levou o SAG (confira a lista completa de vencedores aqui) e que momento foi o que ela venceu. Mostrando simpatia e humildade, Meryl Streep é uma dama do nosso cinema.

O que eu queria destacar são duas cenas específicas: ambas acontecem no gabinete da irmã Beauvier, o primeiro é entre as personagens de Amy Adams, Meryl Streep e Philip Seymour Hoffman e a outra acontece sem a primeira. Aquilo é aula de interpretação, um banho gelado em muitos que se dizem atores, é o verdadeiro motivo deles serem fenomenais, mostram sua força, sua genialidade. Pode até não ser o melhor papel da vida de cada um (o que não é mesmo), mas isso só aumenta as virtudes de cada um na arte da interpretação.

Só pelo seu elenco (injustiçado ao perder o SAG Awards) o filme valeria, mas ainda conta com um bom figurino (nada de fenomenal já que usam as batinas), uma direção de arte e fotografia competentes que fazem o filme fluir ainda melhor. Uma trilha sonora boa e uma excelente adaptação da peça, claro, já que o roteirista e diretor é o autor da peça.

"Dúvida" dá, acima de tudo, uma aula de interpretação e questiona os valores humanos, a Igreja, a mentira, o excesso, e principalmente, nos deixa em dúvida sobre vários fatores que vemos na nossa sociedade. No final, a irmã Beauvier era a vilã? O padre Flynn fez algo de errado? Dúvidas...


Nota: 8,5/10







O Curioso Caso de Benjamin Button (The Curious Case of Benjamin Button, 2008)


Direção: David Fincher
Roteiro: Eric Roth
Elenco: Brad Pitt, Cate Blanchett, Taraji P. Henson, Tilda Swinton.
Extra: Indicado ao Oscar 09 em 13 categorias (incluindo melhor Filme, diretor, roteiro, ator e atriz coadjuvante), 11 BAFTA's, 5 Globos de Ouro e 3 SAG Awards. Custou US$150 milhões.


Um homem que nasce com mais ou menos 80 anos e vai ficando jovem ao passar do tempo. É essa a história. Simples, certo? Errado. O filme mostra toda a complexidade de uma vida, não da peculiar situação que o personagem-título vivido por Pitt, está, mas revela um pouco da natureza humana, das nossas relações, crenças, medos...

Após ser abandonado pelo pai (a mãe morre depois do parto), Benjamin Button é encontrado por uma mulher negra que não pode ter filhos e, curiosamente, toma conta de um asilo. Ela cuida de Benjamin como seu próprio filho, sem discriminá-lo.

O "bebê" nasce com todas as características e doenças possíveis de uma pessoa a beira da morte, mas por motivos desconhecidos, ele vai ficando jovem e num dia de visitas das famílias ao asilo ele conhece Daisy, a bisneta de uma das senhoras, e ali, Benjamin se apaixona.

Tendo Daisy sempre como o amor de sua vida, o curioso Button sai viajando pelo mundo, conhecendo-o, aprendendo e ensinando.

David Fincher, o diretor, já conhece Brad Pitt de outros incríveis trabalhos: "Se7en" e "Clube da Luta". Aqui ele segue uma direção bem diferente do que estávamos acostumados e mostra que realmente sabe fazer um filme mais emocional. Muitos vão se pegar chorando, não necessariamente no final, mas em certos lindos momentos do filme.

Brad Pitt está se mostrando um ator de porte. Além dos dois trabalhos anteriormente citados, em que esteve incrível, aqui ele revela que pode sim ser um ator de ponta.

Auxiliado por uma maquiagem e efeitos especiais magníficos (que para mim, merecem o Oscar) ele constrói esse peculiar personagem. Encantador. Fabuloso. Curioso.

Se antes eu tinha um encanto por Cate Blanchett, ele agora se multiplicou. A linda e talentosa atriz dá voz a jovem Daisy, a interpreta na sua fase adulta, de mais idade com uma maquiagem sutil e ao mesmo tempo marcante, e depois carregada interpretando Daisy no leito de morte durante o furacão Katrina (o filme é todo narrado pela filha de Daisy, lendo o diário de Benjamin para sua mãe, créditos para a excelente montagem do filme). Ainda temos a mãe de Benjamin, Taraji P. Henson, linda no papel, mostra a força da mãe junto de sua dedicação, delicadeza, afeto... e ainda Tilda Swinton em curta passagem, mas que consegue deixar sua marca.

A fotografia majestosa de Claudio Miranda, o roteiro excelente de Eric Roth (com um furinho aqui outro ali), a direção de arte, figurino e a trilha sonora de Alexandre Desplat... ah, a trilha sonora. Impecável. Excelente.

Praticamente com 3 horas de duração, você sente praticamente todo tipo de emoção que um filme proporciona, praticamente todos os elementos... "O Curioso Caso de Benjamin Button" é, na minha humilde opinião, um jovem clássico que merece ficar guardado nas nossas lembranças com carinho.



Nota: 9,5/10


The poster

- Rapidinha. Respondendo a minha própria pergunta sobre o pôster do Oscar 2009, achei no site oficial da Academia.





Gostei, e vocês?

Em breve review de "Doubt" e "Benjamin Button".

sábado, 24 de janeiro de 2009

Indicados ao Oscar: comentários e palpite 1

- Primeiros palpites em negrito.
- Alguém sabe sobre o pôster da cerimônia desse ano? Estranho não ter nada até agora...
- Líder de indicações: "O Curioso Caso de Benjamin Button" (13) e "Quem Quer Ser um Milionário" (10).


MELHOR FILME

O Curioso Caso de Benjamin Button
Frost/Nixon
Milk - A Voz da Igualdade
O Leitor
Quem Quer Ser um Milionário?

Comentário: a maior surpresa talvez tenha sido "O Leitor" ser indicado, não só nessa como em outras categorias, mostrando sua força junto a Academia. "Benjamin Button" é o meu favorito na disputa.

MELHOR ATRIZ

Anne Hathaway (O Casamento de Rachel)
Angelina Jolie (A Troca)
Melissa Leo (Frozen River)
Meryl Streep (Dúvida)
Kate Winslet (O Leitor)

Comentário: Vemos Kate ser indicada por "O Leitor" e não por "Foi Apenas um Sonho" como era esperado, aliás esse último filme foi bastante esquecido pela Academia, e a protagonista (que em outros prêmios era indicada por coadjuvante nesse filme) parece que vai desbancar todas e provar seu valor. Vale lembrar da ausência de Sally Hawkins, que vinha forte.

MELHOR ATOR

Richard Jenkis (The Visitor)
Frank Langella (Frost/Nixon)
Sean Penn (Milk - A Voz da Igualdade)
Brad Pitt (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Mickey Rourke (O Lutador)

Comentário: nesta categoria estou numa dúvida terrível. Como só vi "Benjamin Button" não posso falar muito, mas pelo que vi e li até agora, fico com Sean Penn. Por enquanto.

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

Amy Adams (Dúvida)
Penelope Cruz (Vicky Cristina Barcelona)
Viola Davis (Dúvida)
Taraji P. Henson (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Marisa Tomei (O Lutador)

Comentário: preciso ver ainda "Vicky Cristina Barcelona"... essa lista provavelmente vai mudar ainda. Por enquanto, Viola.

MELHOR ATOR COADJUVANTE

Robert Downey Jr. (Trovão Tropical)
Philip Seymour Hoffman (Dúvida)
Heath Ledger (Batman – O Cavaleiro das Trevas)
Josh Brolin (Milk - A Voz da Igualdade)
Michael Shannon (Foi Apenas um Sonho)

Comentário: Justa lista e ficarei revoltado se Ledger não vencer.

MELHOR DIRETOR

Danny Boyle (Quem Quer Ser um Milionário?)
Stephen Daldry (O Leitor)
David Fincher (O Curioso Caso de Benjamin Button)
Ron Howard (Frost/Nixon)
Gus Van Sant (Milk - A Voz da Igualdade)

Comentário: Creio fazer o estilo da Academia e por enquanto, é meu filme favorito.

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

Frozen River
Simplesmente Feliz
Na Mira do Chefe
Milk - A Voz da Igualdade
Wall-E

Comentário: Não tendo visto a maioria e levando em conta que adorei "Wall-E", voto nele.

MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

O Curioso Caso de Benjamin Button
Dúvida
Frost/Nixon
O Leitor
Quem Quer Ser um Milionário?

Comentário: achei uma belíssima adaptação, mesmo não tendo lido o livro, duvido que a obra escrita deixa o filme muito para trás. Senti a falta de Batman, sinceramente.

MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL

Alexandre Desplat (O Curioso Caso de Benjamin Button)
James Newton Howard (Defiance)
A. R. Rahman (Quem Quer Ser um Milionário?)
Danny Elfman (Milk - A Voz da Igualdade)
Thomas Newman (Wall-E)

Comentário: um show a parte. Mais uma vez, senti a falta de Batman.

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL

Down to Earth (Wall-E)
Jai Ho (Quem Quer Ser um Milionário?)
O Saya (Quem Quer Ser um Milionário?)

Comentário: Três músicas? A Academia despiroca mais a cada ano, qual será o critério dessa vez? Injustiça, principalmente, com a canção "The Wrestler".

MELHOR FILME ESTRANGEIRO

Der Baader Meinhof Komplex, de Uli Edel (Alemanha)
Waltz With Bashir, de Ari Folman (Israel)
The Class, Laurent Cantet (França)
Departures, Yojiro Takita (Japão)
Revanche, de Gotz Spielmann (Áustria)

Comentário: dizem por aí...

MELHOR ANIMAÇÃO

Bolt - Supercão
Kung Fu Panda
Wall-E

Comentário: fato certo e justo.

MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO

La Maison en Petits Cubes, de Kunio Kato
Lavatory - Lovestory, de Konstantin Bronzit
Oktapodi, de Emud Mokhberi e Thierry Marchand
Presto, de Doug Sweetland
This Way Up, de Alan Smith e Adam Foulkes

Comentário: gostei do nome.

MELHOR DOCUMENTÁRIO

The Betrayal (Nerakhoon), de Ellen Kuras e Thavisouk Phrasavath
Encounters at the End of the World, de Werner Herzog e Henry Kaiser
The Garden, de Scott Hamilton Kennedy
Man on Wire, de James Marsh e Simon Chinn
Trouble the Water, de Tia Lessin e Carl Deal

Comentário: dizem por aí... [2]

MELHOR DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM

The Conscience of Nhem En
The Final Inch
Smile Pinki
The Witness - From the Balcony of Room 306

MELHOR CURTA-METRAGEM

Auf der Strecke (On the Line)
Manon on the Asphalt
New Boy
The Pig
Spielzeugland (Toyland)

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE

A Troca
O Curioso Caso de Benjamin Button
Batman – O Cavaleiro das Trevas
A Duquesa
Foi Apenas um Sonho

Comentário: difícil o voto, acho que a indicação de "Batman" foi meio forçada de barra. Ficaria entre três, além de "A Duquesa", "Ben Button" e "A Troca".

MELHOR FOTOGRAFIA

A Troca (Tom Stern)
O Curioso Caso de Benjamin Button (Claudio Miranda)
Batman – O Cavaleiro das Trevas (Wally Pfister)
O Leitor (Chris Menges e Roger Deakins)
Quem Quer Ser um Milionário? (Anthony Dod Mantle)

Comentário: difícil, mas acho que é ligeiramente melhor.

MELHOR EDIÇÃO

O Curioso Caso de Benjamin Button (Kirk Baxter e Angus Wall)
Batman – O Cavaleiro das Trevas (Lee Smith)
Frost/Nixon (Mike Hill e Daniel P. Hanley)
Milk - A Voz da Igualdade (Elliot Graham)
Quem Quer Ser um Milionário? (Chris Dickens)

Comentário: "Quem quer ser um milionário" entra forte na disputa.

MELHOR MIXAGEM DE SOM

O Curioso Caso de Benjamin Button
Batman – O Cavaleiro das Trevas
Quem Quer Ser um Milionário?
Wall-E
O Procurado

MELHOR EDIÇÃO DE SOM

Batman – O Cavaleiro das Trevas (Richard King)
Homem de Ferro (Frank Eulner e Christopher Boyes)
Quem Quer Ser um Milionário? (Tom Sayers)
Wall-E (Ben Burtt e Matthew Wood)
O Procurado (Wylie Stateman)

MELHORES EFEITOS ESPECIAIS

O Curioso Caso de Benjamin Button
Batman – O Cavaleiro das Trevas
Homem de Ferro

Comentário: fácil.

MELHOR MAQUIAGEM

O Curioso Caso de Benjamin Button (Greg Cannom)
Batman – O Cavaleiro das Trevas (John Caglione, Jr. e Conor O’Sullivan)
Hellboy II (Mike Elizalde e Thom Floutz)

Comentário: fácil. [2]

MELHOR FIGURINO

Austrália (Catherine Martin)
O Curioso Caso de Benjamin Button (Jacqueline West)
A Duquesa (Michael O’Connor)
Milk - A Voz da Igualdade (Danny Glicker)
Foi Apenas um Sonho (Albert Wolsky)

Comentário: difícil, mas vou dar um voto seguro. Por enquanto.


quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Leo & Kate

- E amanhã a lista dos indicados ao Oscar 09 e comentários.



Foi Apenas um Sonho (Revolutionary Road, 2008)


Direção: Sam Mendes
Roteiro: Justin Haythe
Elenco: Leonardo DiCaprio, Kate Winslet, Michael Shannon
Extra: Venceu o Globo de Ouro 09 na categoria de Melhor Atriz - Drama (Kate Winslet), foi ainda indicado para Melhor Diretor (Sam Mendes), Melhor Ator - Drama (Leonardo DiCaprio) e Melhor Filme - Drama. Indicado para 4 prêmios BAFTA's, incluindo Melhor Atriz (Kate Winslet). Custou US$35 milhões.


Vendido como "o filme que junta o casal de 'Titanic'", "Foi Apenas um Sonho" chega aos cinemas brasileiros dia 30 de Janeiro e pra antecipar, saiba minha opinião aqui no The Cine Review (jabá).

Na história temos April (Kate) e Frank (Leo) Wheeler, que vivem na Revolutionary Road com seus dois filhos nos EUA da década de 50. São aparentemente a família perfeita: bonitos, jovens, casa, carro... mas como toda família, possui seus problemas. E os problemas deles, a princípio, são bem fracos, nem precisaríamos procurar muito para achar situações muito mais críticas em algum bairro de baixa renda aqui no Rio de Janeiro.

De qualquer forma, acompanhamos os Wheeler em sua pacata (até demais) vida no típico subúrbio de Connecticut. O filme possui momentos bastantes cansativos, mesmo com 2 horas apenas, o longa acaba se tornando longo demais.

Mas as atuações de Leo e Kate são inegáveis, a mulher principalmente. As coisas começam a mudar (e o filme melhorar) quando o casal decide mudar-se para Paris devido a monótona vida que possuem, o emprego que Frank odeia, etc. Tudo armado quando Frank recebe uma proposta de promoção no trabalho e a dúvida bate à porta.

Voltando a atuação dos protagonistas, Kate se mostra bastante segura, eficiente, talentosa ao dar vida a uma dona de casa amargurada com a vida que leva, o que piora ao descobrir a terceira gravidez, que vai perdendo o tesão na relação e no seu dia-a-dia, algo que é realmente perigoso.

Já Leonardo é um pai de família que às vezes trai a esposa, odeia o trabalho, mas é inseguro o suficiente para temer a mudança. As discussões do casal são muito bem interpretados, convincentes, genuínas. Deve ter sido realmente estranho para o diretor (que é marido de Kate Winslet na vida real) rodar uma cena de beijo ou sexo entre o casal.

De coadjuvantes o maior destaque é mesmo para Michael Shannon que interpreta John Givings, filho de um casal de vizinhos. O homem acaba de sair de um sanatório e consegue fazer uma boa leitura do aparente perfeito casal.

A vida vai passando, a dúvida dos dois (tanto em ter o bebê quanto de viajarem) vai aumentando e o relacionamento desmoronando. Nessa parte os protagonistas crescem mais uma vez e o excelente coadjuvante faz um das melhores cenas do filme.

De parte técnica temos uma boa trilha sonora (pra mim o maior destaque técnico, feita por Thomas Newman), fotografia, direção de arte e figurinos corretos, fazem o filme funcionar genuinamente, mas não são destaques, o último talvez se sobressaia mais.

Mas a força do filme são seua protagonistas. Kate Winslet parece que finalmente quebrará seu problemas com os prêmios (depois da dupla vitório no Globo, veremos o Oscar) está excelente e agora recebe por tantos papéis que foi ignorada. DiCaprio, por sua vez, mostra que está disposto a ter personagens mais complexos e melhores, que mostrem melhor sua capacidade de atuação, e está conseguindo, no caminho certo, sua atuação nesse filme também não deve nada.

Tendo sua força em seu casal protagonista, com uma direção correta e simples, um final que salva a maior parte do longa, "Foi Apenas um Sonho" é um filme bom, mas não marca, pode ser facilmente esquecido (o que me mostra uma excelente escolha de título :p). Assista por sua conta e risco, de preferência em casal, tornaria a experiência mais agradável.


Nota: 6/10



segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O Lembrado e o Esquecido

- Meus títulos tão ficando profundos :p
- Imagem do mês: Slumdog Millionaire




Gran Torino (idem, 2008)


Direção: Clint Eastwood
Roteiro: Nick Schenk
Elenco: Clint Eastwood, Christopher Carley, Bee Vang, Ahney Her.
Extra: Indicado ao Globo de Ouro 09 por Melhor Canção Original ("Gran Torino"). Custou US$35 milhões.


Clint Eastwood é o cara. Ainda não vi o seu outro recente "A Troca", mas após "Gran Torino" esse senhor de quase 79 anos mostra que o tempo só o engrandece.

Na história Eastwood vive Walt Kowalski, um veterano da guerra da Coréia, que após a morte da mulher continua vivendo na mesma casa e no mesmo bairro, hoje violento e dominado por gangues, mesmo com a insistência dos emocionalmente distantes filhos. Sua vida é a de um aposentado veterano comum. Cuida do seu Gran Torino (e que carro), conserta as coisas e vive na varanda bebendo e fumando ao lado da cadela Daisy.

As coisas começam a mudar quando o jovem Thao, seu vizinho, influenciado pelo primo que é de uma gangue o faz tentar roubar o Gran Torino de Walt. O veterano consegue impedir o roubo e na noite seguinte ele, meio que indiretamente, ajuda os vizinhos da tal gangue. O detalhe é que todos são orientais, o que já faz com que Walt tenha um preconceito natural para com os vizinhos.

Se achando em débito com o velho, a família obriga o jovem Thao a passar uma semana fazendo o que Walt desejar. A partir daí vemos uma amizade nascer. No início relutante e depois se tornando verdadeira.

A amizade de Walt não fica restrita ao jovem Thao. Sua irmã, Sue, é na verdade a primeira pessoa que ele tem um contato amistoso. Ela começa a quebrar suas barreiras, a mostrar que eles não são como o homem imaginava. A transformação do homem é feita de maneira perfeita, tanto pela direção quanto pela atuação de Eastwood. Vemos o homem rabugento se abrindo para aquela nova família. Uma nova família, tratando os jovens como seus filhos.

No filme nós conhecemos também o jovem padre Janovich, que prometeu a falecida esposa de Walt que o faria se confessar e presencia toda essa transformação do veterano.

É difícil comentar sobre o filme sem revelar sobre suas sequências finais ou cruciais, então vou para de falar da história.

Além da já comentada, brilhante atuação de Clint Eastwood, os jovens que dão vida aos irmãos Lor fazem sua parte, nada de especial, mas cumprem corretamente com o que é desejado de seus personagens. O Chris Carley (o padre) se mostra verdadeiramente competente e eficiente.

Na parte técnica o filme é correto, nada de soberbo, algo que pode chamar mais atenção é sua trilha sonora composta por Eastwood. Talvez a maior bola fora do filme seja ele cantar um pedaço da música-título do filme, mas como é quase uma declamação, não fica tão ruim assim. Deu pra ver que o homem fez de tudo no filme e "Gran Torino" é todo de Clint.

Há anos sabemos da sua qualidade de ator (que não diminuiu, apesar de parecer pouco carismático nos prêmios) e seus mais recentes filmes como diretor tem sido grandes obras. Filmes maravilhosos. Mas nem esse talento era desconhecido já que dirigiu "Os Imperdoáveis" de 1992, porém quando vemos "Mystic River" (2003), "Menina de Ouro" (2004), "A Conquista da Honra" (2006), "Cartas de Iwo Jima" (2006), "A Troca" (2008) e "Gran Torino" (2008) dá pra ter uma ligeira noção de sua genialidade.

Sou fã do velho mesmo. Atua de forma brilhante e dirige com maestria. Estou ansioso para ver "A Troca", porque não espero nada menos do que um ótimo filme vindo de Eastwood.

Pra fechar: "Gran Torino" está sendo terrivelmente esquecido pelos prêmios, um filme que não deve nada a esses que lideram a "temporada de ouro", pelo contrário, briga de igual pra igual com todos eles, falaria ainda que é o "Na Natureza Selvagem" desse ano, brilhante e esquecido. O filme é mais uma obra de arte desse senhor que deve ser conferido por todos, com um final lindo, comovente, tocante, sensível e na medida mais do que certa "Gran Torino" é o meu favorito.


Nota: 9/10





Slumdog Millionaire (2008)


Direção: Danny Boyle
Roteiro: Simon Beaufoy
Elenco: Dev Patel, Freida Pinto, Madhur Mittal, Ankur Vikal, Anil Kapoor.
Extra: Vencedor do Globo de Ouro 09 de Melhor Filme Drama, Melhor Diretor (Danny Boyle), Melhor Roteiro (Simon Beaufoy), Melhor Trilha Sonora Original (A.R. Rahman). Indicado a 11 BAFTA's incluindo melhor Filme, Diretor, Roteiro Adaptado, Ator e Atriz Coadjuvante. Custou US$15 milhões.


O, até agora, favorito a levar todos os prêmios da temporada. Minha curiosidade era tão grande que precisei assistir logo. Pra resumir a história, somos apresentados a Jamal e Salim, dois irmãos que moram numa favela na Índia, vêem sua mãe ser morta por fanáticos religiosos e após o ataque, fogem do lugar e acabam encontrando Latika, outra que acaba se tornando órfã.

Os três vão tentar sobreviver sozinhos, algum tempo depois encontram com Maman (Ankur Vikal) num lixão, o homem os leva para um orfanato onde explora as crianças para mendigarem nas ruas. Porém eles acabam descobrindo que ele não é nem de perto uma pessoa boa e fogem, só que Latika não tem a mesma sorte e fica para trás.

Juntos os irmãos começam a tapear turistas, roubar para sobreviverem mais uma vez. Jamal, porém, nunca se esqueceu de Latika e insiste para o irmão que a procurem. Quando eles a encontram novamente, vemos a escolha de Salim para um outro tipo de vida: ele se torna um verdadeiro bandido. Salim acaba por desaparecer com Latika e deixa Jamal sozinho.

Então voltamos para o início do filme (que vai e vem toda hora, muitos créditos para a ótima montagem) onde vemos Jamal com 18 anos num programa de TV chamado "Quem quer ser um milionário" e eles está na pergunta final valendo 20 milhões de rúpias. Mas como um garoto que não estudou, vindo da favela, consegue chegar na final de um programa tão concorrido? Ao longo da projeção vemos que todas as respostas estavam em algum lugar de suas lembranças, de sua vida sofrida e difícil.

O filme tem sim seus méritos. Vários. Seus desconhecidos atores estão em plena forma, todas as três gerações do trio principal (crianças, pré-adolescentes e jovens) quanto os outros personagens. Todos mostram força e capacidade ao interpretarem personagens várias vezes difíceis.

O roteiro é, por várias vezes, clichê, mesmo tendo idéias brilhantes como a da capacidade de Jamal de chegar à final do show, seu final poderia ser totalmente piegas, mas funciona de maneira exemplar.

Os créditos? Daria ao diretor Danny Boyle. Eu sinceramente, não conheço muito de seu trabalho, mas posso dizer com segurança que ele carrega esse filme de baixo orçamento de forma invejável, transformando-o em uma peça memorável. Filmando na Índia, com dificuldades, pouco dinheiro, pouco equipamento, fez um trabalho notável que merece ser lembrado e apreciado por muitos.

Na parte técnica o filme é bom: sua trilha sonora é excelente, a fotografia é forte, realista, a montagem faz o filme funcionar no ritmo exato.

Pois bem, o filme é excelente, mas será que é tanto assim para ter se tornado o queridinho de Hollywood?

Depois de assistir aos seus concorrentes darei a resposta. Quantas rúpias será que vale?


Nota: 9/10


sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Surpresa e Decepção

- Antes, um aviso: devo viajar semana que vem, então a produção ficará parada esse tempo. Depois volto mais ativo ;)



Sete Vidas (2008)

Direção: Gabriele Muccino
Roteiro: Grant Nieporte


Antes de estrear Sete Vidas era considerado "o filme que renderá mais uma indicação ao Oscar para Will Smith", ele chegou, nós vimos e ficamos nos perguntando "foi essa mesma dupla que nos trouxa 'À Procura da Felicidade'?", pra quem não sabe o diretor desse longa é o mesmo do outro, muito superior.

Nesse filme Smith interpreta Ben Thomas, um agente da Receita Federal com um segredo que resolve sair em busca da redenção melhorando de alguma forma a vida de sete pessoas.

A história é boa. O final é sim, surpreendente. Então o que dá errado? Se fosse para atribuir a culpa a alguém (coisa que é até injusto) atribuiria ao diretor que conduziu a história para ser um drama que quer te fazer chorar a cada 10 minutos. Talvez seja culpa dos produtores que forçaram uma barra para fazer um "filme emocionante". Nunca saberemos. O importante é falar do que chegou na tela.

Temos personagens coadjuvantes realmente bons, alguns são até pouco aproveitados, a "coadjuvante principal" é Emily Posa (a linda e talentosa Rosario Dawson), uma das pessoas que Ben vai ajudar, mas que o homem acaba se apaixonando, a mulher que tem, literalmente, um coração fraco domina a maioria de suas cenas. Mesmo em presença de Will Smith.

Ainda dos outros atores... Woody Harrelson interpreta o cego Ezra Turner, infelizmente ele só aparece três, quatro vezes durante toda projeção. Michael Ealy faz o irmão de Ben e Barry Pepper, seu amigo de infância.

Durante o filme, por várias vezes, voltamos ao passado de Ben e vemos que sua mulher morreu em um acidente, fica claro também que nesse acidente outras pessoas morreram, e Ben ficou vivo.

Algumas coisas que me incomodaram, pessoalmente, Will Smith deve estar andando com Tom Cruise e praticando a cientologia demais... Nesse filme senti muito um "complexo de Deus", ele tem o poder de salvar sete vidas, ele decidirá o futuro das pessoas... talvez os recentes sucessos estejam subindo muito a cabeça desse ator que consegue ser excelente quando tem pessoas competentes junto.

Outra... Ben é tão complexado que ele chega a criar uma água-viva em um tanque num quarto de motel, mesmo que ela vá ter um propósito depois, é um tanto forçado (pra mim, por favor) e até agora não contei as tais sete vidas.

Da parte técnica nada realmente se destaca, o filme não necessitava disso também. A trilha sonora é boa, mas dava pra ser melhor.

Assista por sua conta e risco, mas não espere ver outro "À Procura da Felicidade", este novo te força a chorar, alguns irão realmente, mas não é algo natural, que o filme toca de verdade, achei a coisa todo forçada demais, apesar, repito, da premissa boa e da qualidade do elenco.


Nota: 5/10





Hellboy II: O Exército Dourado (2008)


Direção: Guillermo Del Toro
Roteiro: Guillermo Del Toro


O título desse post - que mais parece um filme de época com a Keira Knightley - fala de uma "surpresa" e esta é "Hellboy 2". O primeiro filme foi criticado, mas eu gostei. Na continuação não tinha grandes expectativas (não depois da decepção de A Múmia 3), esperava um bom filme do excelente Del Toro que iria divertir minha tarde, mas ele me agradou um pouco além.

Bom, nesse filme o Vermelhão vivido por Ron Perlman retorna com sua patota: o amigo anfíbio Abe - Doug Jones que viveu O Homem Pálido e O Fauno em O Labirinto do Fauno, nesse filme volta a encarnar os personagens fantásticos do diretor, além de Abe ele faz O Anjo da Morte e "The Chamberlain", me perdoem mas esqueci em português - e Liz Sherman (Selma Blair), temos ainda um novo amigo o dr. Johann Krauss (vivido por James Dodd e John Alexander).

O vilão é o príncipe elfo Nuada (Luke Gross) que quer ressuscitar o imbatível e indestrutível Exército Dourado para subjugar a raça humana, quebrando assim um pacto milenar feito por seu pai. Para tal ele precisa juntar os três pedaços da coroa que dão o poder sob o Exército, mas a peça foi divida em três: um para os humanos e dois para os elfos (lembra um certo Anel, né...). O príncipe então começa sua empreitada e caberá a Hellboy e companhia o impedirem.

O grande trunfo desse filme, como em todos de Guillermo Del Toro, é sua direção de arte e maquiagem. O diretor não recorre para efeitos visuais a toda hora, ele prefere fazer as coisas palpáveis, críveis. E realmente ficam. Por muitas vezes os efeitos visuais ficam falsos, óbvios, desse jeito você entra mais facilmente na história. Além de que visualmente é lindo.

Todos seus cenários são belos de alguma forma. O Conselho dos Elfos remete a cena final do esplêndido O Labirinto do Fauno, o local onde o Exército Dourado está adormecido, dentro outros... E os seres fantásticos? São um espetáculo a parte: é difícil saber como cabe tanta imaginação dentro daquela cabeça. São seres maravilhosos, todos feitos a mão, com dedicação, suor, apenas os realmente difíceis foram feitos por computação, ou cenas praticamente impossíveis. No bônus do DVD podemos ver uns pedaços do caderno de anotações do diretor, ver como ele pensa em um vendedor com uma catedral em miniatura na cabeça, como se fosse uma coroa, um símbolo de status, é lindo. O filme - e seus extras - dão uma aula na arte de produzir filmes do gênero.

Sendo um fã da saga dos Hobbits, fico feliz em saber que Del Toro será o diretor, se não temos Peter Jackson, prefiro que seja ele.

Depois de tecer elogios da parte técnica, falar dos atores... Não temos nada de incrível, mas todos estão na medida certa para seus papéis, na medida exata. Ron Perlman consegue ser tanto durão quanto engraçado, do jeito que o Vermelhão precisa ser. Doug Jones consegue se desmembrar em tantos personagens que é admirável. Selma Blair apóia-se nos colegas e consegue manter sua mocinha firme.

O Diretor do Centro de Pesquisas Sobrenaturais, sr. Manning, vivido por Jeffrey Tambor dá toques muito bons de comédia também. Aliás, esse elemento está muito mais presente na continuação. E de forma bem mais eficiente.

Outro elemento que funciona muito bem são as lutas e suas coreografias. Tudo bem feito, com imaginação invejável. Ver o príncipe Nuada em ação não deixa nenhum lutador japonês de Ang Lee para trás (apenas uma piadinha para descontrair).

Hellboy II: O Exército Dourado não é a melhor adaptação de quadrinhos - principalmente num ano com Batman e Homem de Ferro, mas é excelente, dá uma aula de filme de ficção crível, é visualmente impecável e Guillermo Del Toro é um gênio.

Nota: 7,5/10


sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Lista

- Porque todo cinéfilo faz uma.

Os melhores filmes de 2008 no Brasil:

1º - Na Natureza Selvagem (Into the wild, Sean Penn)
2º - Sangue Negro (There will be blood, Paul Thomas Anderson)
3º - Batman - O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight, Christopher Nolan)
4º - Apenas uma Vez (Once, John Carney)
5º - Wall-E (idem, Andrew Stanton)
6º - O Escafandro e a Borboleta (Le Scaphandre et le papillon, Julian Schnabel)
7º - O Nevoeiro (The Mist, Frank Darabont)
8º - Um Verão Para Toda Vida (December Boys, Rod Hardy)
9º - Trovão Tropical (Tropical Thunder, Ben Stiller)
10º - Juno (idem, Jason Reitman)