sábado, 31 de julho de 2010

Os Suspeitos

Há um tempo tinha curiosidade de ver o filme que lançou Bryan Singer de verdade em Hollywood, ainda mais que este aparecia em várias listas como um ótimo filme de suspense, enfim...

O longa conta a história de cinco conhecidos criminosos que são presos pela polícia após o roubo de um caminhão cheio de armas, aparentemente sem motivo para justamente aqueles cinco terem sido escolhidos, o encontro acaba levando-os a uma situação muito maior e com grandes consequências.

O roteiro vencedor do Oscar de McQuarrie é muito bom, com ótimas falas, uma linha de pensamento muito bem construída, com tensão, reviravolta, bons personagens, sem cair no clichê, tudo isso claro, com a mão do diretor que mantém o filme linear, retirando bem o que precisa de seus atores, bons ângulos de câmera - que graças a ótima fotografia deixa o clima muito melhor construído.

O elenco foi bem escalado, Spacey é um ator muito linear, que no, provavelmente, papel mais difícil do filme convence completamente, Byrne é um ótimo ator e mostra seu lado mais sombrio que não conhecia antes - só o via antes na série "In Treatment", em que faz um psicólogo. O resto do elenco de apoio ajuda de forma eficaz e, sinceramente, nem reconheci Del Toro magrinho daquele jeito.

O tão comentado final é, sem dúvida, bem feito, mas não me choquei tanto assim. Muitos podem achar que é só pra não mostrar a surpresa, ou algo do tipo, mas acho que depois de tanto tempo do filme ser lançado já devo ter visto coisas semelhantes, provavelmente inspirados nele. É um ótimo thriller, vale a pena ser conferido, mas mostra bem o estilo de Singer, filmes competentes, que valem o ingresso.


Os Suspeitos (The Usual Suspects, 1995)

Direção: Bryan Singer
Roteiro: Christopher McQuarrie
Elenco: Gabriel Byrne, Stephen Baldwin, Benicio Del Toro, Kevin Spacey, Kevin Pollak, Chazz Palminteri
Extra: Vencedor de dois Oscar: ator coadjuvante (Kevin Spacey) e roteiro original. Custou US$6 milhões. 106 minutos.


domingo, 25 de julho de 2010

Ninja Assassino

Reparei que ultimamente venho escrevendo mais sobre obras que me desagradaram do que o contrário. Talvez não esteja vendo tantas coisas boas, esteja chato, baixando os filmes errados. Talvez. O que importa é que preciso vir aqui prestar um serviço público aos meus amigos cinéfilos: não vejam esse filme.

"Ninja Assassino" é aquele típico filme voltado para um público bem específico: sem profundidade, poucas falas, muita luta e uma história genérica. Muitos podem dizer que a grande parte de nós, que gosta de cinema, escreve sobre ele, não gosta de "filmes pipoca", blockbusters, mas não é verdade. Claro que a maioria não vale a pena, mas alguns até divertem, passam o tempo sem nos fazer sentir vergonha pelo que vemos em tela.

Essa obra conta a história do ninja Raizo, treinado desde criança para ser um ninja perfeito, volta-se contra seu clã; uma vez que uma pesquisadora começa a chegar perto da verdade sobre os ninjas. Um filme de ninja pode render excelentes coreografias, nesse caso específico, podia ter uma boa fotografia, uma direção de arte e efeitos especiais decentes, mas nunca vi uma produção usar um sangue tão falso sem ter essa intenção.

Um primo meu que gosta dos filmes blockbusters, tentou dizer que era pra ser assim mesmo, mas não era. "V de Vingança", "300" e vários outros filmes possuem uma quantidade de sangue considerável e até exagerada, mas não chegam ao patético nível apresentado no filme do direito McTeigue. Sua direção aliás quando tenta um ângulo diferente ou algo do tipo fica forçada e risível. O roteiro não poderia ser mais superficial, com o único objetivo de ter uma história para caber em 1 hora e meia. A fotografia poderia aparecer e não chega nem no quase.

Uma coreografia de luta aqui, outra ali, são mais legais, mas no geral, decepcionam. Péssimas atuações que não ajudam em nada. Acho que já deu pra entenderem, né? Se alguém gostar, peço pra tentar me mostrar, que fiquei impressionado o quanto detestei, mas de forma alguma recomendo que veja.


Ninja Assassino (Ninja Assassin, 2009)

Direção: James McTeigue
Roteiro: Matthew Sand e J. Michael Straczynski
Elenco: Rain, Naomie Harris, Ben Miles, Rick Yune
Extra: 99 min., produzido pelos irmãos Wachowski


domingo, 18 de julho de 2010

Fama (1980)

Ano passado foi lançado o remake de "Fama", achei até interessante, mas quis esperar para ver o original antes e poder fazer um comparativo melhor. Após ver o original não tive a mínima vontade de ver o remake.

O filme acompanha a vida de jovens que estudam arte em uma universidade de Nova York, mostrando seus dramas, seus problemas, enfim, uma sinopse que vimos muitas vezes por aí, mas pelo ano do filme - 1980 - achava que ele mostraria algo novo, ou pelo menos a base de tantos outros filmes no mesmo estilo que temos hoje em dia; aliás assim que terminei de ver o longa me perguntei se era o filme certo - já que uma vez, nesse mesmo canal, TCM, a programação da TV indicava um filme e o canal passava outro - só tive certeza pela canção "Fame", o que acabou me decepcionando.

Sem dúvida essa canção é boa, aliás nem sabia que era desse filme, ganhou versão em português ("Soul de Verão" se bem me lembro), mas acho tudo muito sem graça. O filme é longo, os atores e os personagens pouco carismáticos, algumas cenas não possuem muito sentido, apesar de serem divertidinhas - a da música na rua, quem viu vai entender - e são histórias que não emocionam, soam forçada. A direção é apática e não vejo muitos méritos para o roteiro ter sido indicado ao Oscar.

Para não me prolongar muito, "Fama" decepciona um pouco, quem sabe sua nova versão possa ter melhorado em alguns aspectos, seus pontos altos não conseguem fazer o filme valer como um todo, possui boas partes, mas só.


Fama (Fame, 1980)

Direção: Alan Parker
Roteiro: Christopher Gore
Elenco: Eddie Barth, Irene Cara, Lee Curreri, Laura Dean
Extra: Vencedor do Oscar de 1981 de Melhor Trilha Sonora e Melhor Canção Original ("Fame") e outras 4 indicações - edição, som, roteiro original e canção original ("Out Here on My Own")


quarta-feira, 7 de julho de 2010

Série: Dexter

Comecei a ver “Dexter” em 2007 ou 2008, no canal à cabo FX e imediatamente me apaixonei por toda a história, personagens, assassinatos e tudo mais que compõe a série.

Após uma temporada abaixo das anteriores, o quarto ano da série chegou com muitas promessas, afinal o nosso serial killer vivia uma vida um pouquinho diferente da que estávamos acostumados. Só que como acompanhava pela TV fiquei bastante atrasado e assim que acabei de ver na TV não agüentei e comecei a baixar a nova, isso a maioria já tinha assistido e estava comentando o excelente final, várias indicações a prêmios, vitórias e muita badalação.

Após isso fiquei com um certo receio de me decepcionar, mas isso não aconteceu. Felizmente. Uma das várias coisas que gosto de “Dexter” é seu voice-over, o pensamento de assassino, junto com as “visões” de seu pai que contribuem enormemente para entendermos melhor seus demônios. Mas esse efeito de nada adiantaria se não tivéssemos um grande ator para interpretá-los. Michael C. Hall mereceu todos os prêmios que recebeu, não por sua doença, mas pelo verdadeiro talento que demonstrou novamente nessa temporada, sua construção de personagem é excelente.

A quarta temporada me trouxe duas surpresas em termos de atuação: uma maior da intérprete de Debra Morgan - Jennifer Carpenter -, e outra já esperada, mas ainda sim de encher os olhos, a de John Lithgow. A primeira demonstra uma profundidade muito bem delineada por todos os traumas que a detetive sofreu em seu recente passado, com o pai, enfim, tudo somado mostrou uma atriz muito consistente – e vale ressaltar que é muito difícil para mim saber que Michael C. Hall e Jennifer Carpenter são casados na vida real!

Com o roteiro consistente ainda conseguindo manter o ritmo, os 12 episódios – o que prefiro em séries com 1 hora de duração – são regulares, empolgantes com grande destaque para o 9º, que foi incrível, e, claro, ao season finale que foi muito, muito bom e faz o que acho imprescindível para uma série que terá outra temporada: um final instigante, que te faz ficar pensando horas o que acontecerá.

Ouvi por aí que a quinta deverá ser a última temporada da série, se for ficarei satisfeito, gosto de programas que param no momento perfeito, que param enquanto ainda são de qualidade e deixaram uma saudade boa em nós. Que venha setembro e que “Dexter” nos impressione ainda mais.

Dexter (Showtime, 2006)

Roteiristas (principais): Jeff Lindsay, James Manos Jr., Melissa Rosenberg, Scott Reynolds.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Filmes de Junho


(clique para ampliar)



Filmes do Mês: Wall-E (Andrew Stanton, 2008) e Toy Story 3 (Lee Unkrich, 2010)