quarta-feira, 23 de junho de 2010

Toy Story 3

Provavelmente o filme mais aguardado da Pixar em longos anos. Afinal de contas em 1995 fomos apresentados a uma turma de brinquedos quase impossível de não se apaixonar. Afinal todos nos brincamos com brinquedos um dia e quem não queria que tivessem vida enquanto estivéssemos longe?

Em 2010 a terceira parte da aventura de Woody, Buzz, Rex, Jessie e toda a turma é um pouquinho diferente: seu dono Andy está indo para a faculdade e os brinquedos sofrem com a idéia do que acontecerá então.

Talvez pela nostalgia, por estar mais velho, na faculdade também, "Toy Story 3" é, da trilogia, o que mais me emocionou, aliás o filme consegue - como só a Pixar sabe fazer - mesclar na comédia partes dramáticas com a devida intensidade que emocionam a qualquer coração. Mas não é só da parte "pesada" que o filme se sobressai, suas sequências de comédia são tão boas quanto sempre foram, algumas realmente inspiradas com o Buzz espanhol. A primeira sequência do filme é lindíssima e nostálgica e seu final encantador.

O diretor, Lee Unkrich, após participar de vários filmes do estúdio, co-dirigindo "Toy Story 2", "Procurando Nemo", "Monstros S.A.", assume sozinho pela primeira vez. Pra ser sincero esse homem de 43 anos foi muito corajoso em assumir a terceira parte do único filme do estúdio a ter continuação, tamanho seu sucesso. Uma baita responsabilidade que o "novato" assume com força e nos entrega outra grandiosa obra da sempre genial Pixar. Nunca citei tanto o nome de um estúdio, porque o que ela consegue fazer é algo de outro mundo. Gostar de todas as suas produções - em níveis diferentes, sim, mas nenhuma que possa ser considerada fraca, apenas menos impressionante que a outra - é algo admirável.

"Toy Story 3" não é o melhor filme da Pixar, mas consegue trazer com estilo e qualidade nossos heróis de volta e matar a saudade. Eles conseguiram. De novo.


Toy Story 3 (idem, 2010)

Direção: Lee Unkrich
Roteiro: Michael Arndt e John Lasseter
Elenco: vozes originais de Tom Hanks, Tim Allen, Joan Cusack, Ned Beatty
Extra: 103 minutos.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Querido John

Ao ver o trailer ou apenas ouvir falar sobre "Querido John" conseguimos imaginar metade do filme e seu óbvio público-alvo. Nenhum novidade até aí, temos vários exemplares como "Um Amor Para Recordar", o recente "Cartas para Julieta" - estrelado pela própria Amanda Seyfried, portanto já desisti de criar alguma expectativa sobre esses filmes, o que pode acabar sendo bom e me surpreender. Infelizmente, não é o caso deste exemplar.

O longa mostra a imediata e apaixonante relação de John (Tatum) e Savannah (Seyfried), que ao final de um verão perfeito o homem tem de voltar ao exército. Nota-se a profundidade do longa no resumo, isso para não entregar absolutamente nada da história...

Enfim, o próprio diretor, Lasse Hallström, já nos entregou filmes que gostei, como "Regras da Vida" e "Gilbert Grape - Aprendiz de Um Sonhador", mas nada fantástico. Sua direção é bem simplista, fazendo o básico na condução da história, junto de um roteiro bem fraco - aliás, o livro em que o filme é baseado, de Nicholas Sparks, o autor é o mesmo de "Noites de Tormenta", "Um Amor Para Recordar" e "Diário de Uma Paixão", portanto qualquer semelhança não é mera coincidência.

As atuações são realmente superficiais, apesar do nítido esforço de Seyfried e Tatum, não consegui acreditar em suas performances, com uma leve exceção à cena do hospital, em que o rapaz contracena com a única coisa boa do filme: o pai, personagem de Richard Jenkins, este sim, mesmo em um filme ralo, consegue colocar densidade em seu papel - o mais interessante da trama. Vale reconhecer o trabalho do homem. Essa cena é a melhor parte do filme, porém não boa o suficiente para fazê-lo valer a pena.

O roteiro caminha pela previsibilidade e não aconselho a gastar seu dinheiro no filme. Veja na TV com alguém ao lado, provavelmente será melhor. Um filme simpatiquinho que Jenkins domina. Só.


Nota: 4,5

(Dear John, 2010)

Direção: Lasse Hallström
Roteiro: Jamie Linden (baseado na obra de Nicholas Sparks)
Elenco: Channing Tatum, Amanda Seyfried, Richard Jenkins, Henry Thomas
Extra: Custou US$25 milhões. 108 minutos.

domingo, 6 de junho de 2010

Babando: "John Adams"

A príncipio não iria fazer nenhum tipo de review da minissérie da HBO, "John Adams", mas era tanto na minha cabeça e o twitter não deu conta que senti essa necessidade de escrever.

Bom, a série é contada em 7 partes e nos mostra toda a vida de John Adams, segundo presidente dos EUA, mas o bom do programa é que nós o acompanhamos desde o início quando era apenas um advogado que lutava pela justiça, até sua aposentadoria, passando pelo seu "exílio" na Europa, eleições, família, casamento.

Aliás, esse último merece uma atenção especial. O relacionamento de John e sua esposa, Abigail Adams - interpretada por Laura Linney - é algo lindo de se ver. Uma cumplicidade, o modo como o marido a admira, o fato de sempre chamá-la de minha amiga, todo seu amor, sua devoção, é admirável em uma produção com tantos pontos fortes.

A parte técnica é incrível. A fotografia de Tak Fujimoto é lindíssima e difícil, com vários quadros à luz de velas, sombras, névoa. Todas as tomadas são muito ajudadas pela fotografia. Tomadas muito bem feitas pelo diretor, Tom Hooper, que gosta de colocar a câmera como se estivesse atrás de uma janela, ou espiando entre um arbusto, como se fosse alguém à espreita. O figurino de Donna Zakowska é perfeito - com destaque ao período na França. A maquiagem que acompanha o passar dos anos é, novamente, perfeita, assim como toda a direção de arte e decoração de set, absolutamente críveis.

O roteiro de Kirk Ellis e David McCullough é consistente, com ótimos diálogos, fortes, marcantes e conduzem a história muito bem. Auxiliado, claro pela montagem de Melanie Oliver, que por sua vez pode explorar bastante os 7 episódios com mais de 1 hora cada um. E trilha sonora é dividida por Robert Lane e Joseph Vitarelli, o primeiro participou de 4 episódios, e acredito ser o responsável pelo excelente tema de abertura - que pode ser ouvida, e vista, aqui - a trilha consegue acompanhar bem a série.

Paul Gimatti (John Adams) e Laura Linney (Abigail) são atores que sempre gostei, mas após esse trabalho confio muito mais em suas atuações; o que eles fizeram nessa série foi algo incrível, a relação do casal que citei anteriormente não seria nada sem uma dupla de protagonistas que a fizessem realmente acontecer. E eles fizeram. Uma cena no último episódio, em particular, me emocionou bastante. Trabalho de alto nível. E todo o elenco de apoio merece ser destacado: Tom Wilkinson (Benjamin Franklin), Stephen Dillane (Thomas Jefferson), David Morse (George Washington), Sarah Polley (Nabby Adams) e continua...

Como podem ver, eu adorei a minissérie e não consegui - pelo menos até agora - ver algum erro que a desmerecesse ao menos um pouco. Fica a dica.


John Adams (idem, 2008, HBO)

Direção: Tom Hooper
Roteiro: Kirk Ellis e David McCullough
Extras: Venceu 13 Emmy's (e outras 10 indicações) e 4 Globos de Ouro. Detalhes aqui.

Baixe Aqui

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Filmes de Maio



(clique para ampliar)


- Filme do Mês: Eu Te Amo, Cara (I Love You, Man, John Hamburg, 2009)