sábado, 30 de janeiro de 2010

Simplesmente Complicado

Há alguns dias estava vendo ao "Late Show with David Letterman" e o convidado foi Alec Baldwin, promovendo seu mais recente filme "Simplesmente Complicado" e o ator esbanjou simpatia e bom humor, subiu no meu conceito - ao contrário de Susan Sarandon, mas é assunto para outro dia. E nessa entrevista, Letterman pergunta se o filme "é para mulheres", Baldwin de certa forma disse que sim e risos e piadas o assunto se perdeu. Eu arriscaria dizer que o longa é sim "para mulheres" da mesma forma que a saga Crepúsculo é "para meninas". Não, desculpe, forcei demais.

Forcei porque "Simplesmente Complicado" irá atrair um público majoritariamente feminino e as moças, provavelmente, gostarão mais do que nós, rapazes, mas isso não tira em nada os méritos da obra. Nancy Meyers - que realmente costuma fazer esse estilo de filme, conta a história Jane Adler (Streep, sempre excelente) que é divorciada de Jake (Baldwin), mas que alguma chama volta a se acender, bem na hora em que surge o interesse de seu arquiteto Adam (Martin). Daí as coisas se tornam realmente complicadas...

O roteiro de Meyers possui pontos bastantes divertidos, constroi bem seus personagens e relacionamentos, mas não nos apresenta nada de novo e por vezes parece que já vimos aquilo antes. Sua direção segue a mesma linha, simples, convencional, uma fórmula batida. Então o que faz o filme valer a pena?

Sua trinca de protagonistas o carrega muito bem, Streep dispensa comentários, até quando não gosto dela (como em "Mamma Mia!") ela é ótima, Baldwin apesar de afastado do cinema tem um timing de comédia ótimo, enquanto Martin é um comediante bom, mas adoro quando consegue fazer personagens de carga dramática (como em "Garota da Vitrine"). Vale destacar John Krasinski, conhecido por seu papel na série "The Office" vem realizando vários trabalhos no cinema e esse, talvez, seja o seu melhor, bem divertido e bem feito.

Para quem é fã de Nancy Meyers não irá se arrepender e para os curiosos, como eu, o filme é divertido e vale assistir.


Nota: 7

(It's Complicated, 2009)

Direção: Nancy Meyers
Roteiro: Nancy Meyers
Elenco: Meryl Streep, Alec Baldwin, Steve Martin, John Krasinski
Extra: Indicado ao Globo de Ouro 2010 de Melhor Filme Comédia/Musical, Melhor Atriz Comédia/Musical (Meryl Streep) e Melhor Roteiro. E ao BAFTA 2010 de Melhor Ator Coadjuvante (Alec Baldwin). Custou US$85 milhões.


quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

The Invention of Lying (2009)

Direção: Ricky Gervais e Matthew Robinson
Roteiro: Ricky Gervais e Matthew Robinson
Elenco: Ricky Gervais, Jennifer Garner, Rob Lowe, Jonah Hill, Louis CK, Tina Fey
Extra: Custou US$ 18,5 milhões


Ricky Gervais é um dos grandes nomes da comédia de hoje, seus seriados de sucesso como "Extras" e "The Office" são realmente engraçados, assim como seus shows de stand-up comedy e agora, nada mais comum, partiu para o mundo do cinema e em seu primeiro filme já dirige, escreve e protagoniza. Devemos admitir então que o sucesso ou fracasso estão nas mãos dele.

Como fã do comediante tinha uma certa expectativa em cima do filme que trata sobre um tema bem interessante: um mundo onde as pessoas não mentem. Simples, né? E Mark Bellison (Gervais) conta as primeiras mentiras da humanidade, quando se dá conta disso começa a mudar sua vida - já que não consegue a mulher que gosta, é péssimo em seu trabalho e um perdedor completo.

O roteiro possui bons momentos, tiradas engraçadas, mas cai muito na mesmice, partindo para o clichê e besteirol, prejudicando consideravelmente seu enredo. A direção não nos apresenta nada demais, ficando escondida sem termos muitos o que analisar.

As atuações me foram um pouco decepcionantes, Gervais possui caretas muito boas, entonação de voz excelente, mas fica um pouco repetitivo e os coadjuvantes cumprem seu papel direitinho, apenas. E a participação de Tina Fey é pequena, menor do que deveria.

De qualquer forma, Gervais decepciona nessa sua estreia, torço muito para que seu próximo filme, "Cemetery Junction" seja superior já que "The Invention of Lying" é engraçado, mas decepcionante.


Nota: 5,5

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O Lado Cego

(The Blind Side, 2009)

Direção: John Lee Hancock
Roteiro: John Lee Hancock, baseado na obra de Michael Lewis
Elenco: Sandra Bullock, Quinton Aaron, Tim McGraw
Extra: Custou US$ 29 milhões. Indicado ao Globo de Ouro e SAG Awards 2010 para Melhor Atriz (Sandra Bullock).


Acho curioso começar o post lembrando que os dois principais papéis de Sandra Bullock no cinema em 2009 ("A Proposta" e "O Lado Cego") só lhe foram oferecidos após a recuso de Julia Roberts. Não sei bem o que isso mostra da segunda, mas Bullock mostrou-se inteligente e competente, acima de tudo.

O longa de John Lee Hancock nos apresenta a um jovem de 17 anos chamado Michael Oher, que impressiona por seu tamanho, mas devido a problemas com sua mãe drogada, nunca ficou num lar de verdade. Situação que muda quando encontra a família Tuohy e, principalmente, a mãe Leigh Anne.

Eu acredito que o mais bonito que o filme nos mostra é o carinho, a dedicação, a luta e a perseverança dessa família em prol de Michael. É tão reconfortante vermos que pessoas ainda podem amar a outras sem que seja um membro de sangue da família, ou com um estereótipo definido, Leigh Anne joga todos esses conceitos por terra. O roteiro de Hancock desenvolve esse relacionamento muito bem, com diálogos simples que marcam, nunca querendo apressar o que vemos em tela, assim como sua direção correta.

Porém os maiores destaques do filme são para seus atores. O novato Quinton Aaron consegue passar bem a dificuldade de Michael Oher de ficar em uma família, em como os Tuohy vão ganhando seu amor, um personagem bem construído. E ela, Sandra Bullock. A mulher rouba completamente o filme, aliás, nem roubar, ela carrega o filme consigo com um carinho e uma sutileza invejável. Marcada por papéis cômicos e românticos, Bullock entrega uma performance dramática de alta qualidade, e pelo início do post vale dizer que sempre gostei mais dela que de Julia Roberts.

Um bom roteiro e um show de Sandra Bullock, a disputa dos prêmios de melhor atriz acaba de ficar ainda melhor, no que deve ser uma ótima disputa entre Bullock e Meryl Streep. Em quem você aposta?


Nota: 8,5

domingo, 10 de janeiro de 2010

A Trilha do Enigma

Resolvi aproveitar que o Blog de Ouro está chegando e de uma certa maneira promover um dos meus favoritos, que alguns podem esquecer. Pela primeira vez vou falar exclusivamente de uma trilha sonora, algo que deveria ter feito mais cedo por ser um dos aspectos que mais gosto nos filmes.

Nesse momento a trilha vai acompanhando o texto ao fundo, excelente forma de inspiração, não acham? Vamos lá.


Álbum: Harry Potter and the Half-Blood Prince
Artista: Nicholas Hooper


A série "Harry Potter" começou no cinema muito bem, na parte de sua trilha não precisamos comentar o monstro chamado John Williams, provavelmente não existia pessoa melhor para compor um tema tão marcante para uma série de livros - e de filmes. "Hedwig's Theme" ecoa na cabeça de fãs ou não da série. O homem continuou no comando até o 3º filme da saga. No 4º Patrick Doyle entrou e fez um trabalho bom, mas não marcante. No 5º a equipe contrata Nicholas Hooper e sabiamente o mantém para o sexto volume.

Hooper consegue mesclar os temas antigos e marcantes da série de um jeito sombrio e adiciona dezenas de elementos novos que combinam perfeitamente com o que vemos em tela, aliás, combina perfeitamente com o que lemos nos livros. Quem dera na época em que li a obra pudesse ter a trilha de Hooper ao fundo. Esse cara, que tem a maior parte de seus trabalhos para a televisão, me deixou impressionado com a maravilhosa composição, certamente é a obra que mais ouvi no ano e a minha favorita, por tabela.

O maestro fez o gênero que mais gosto de ouvir: canções mais pesadas, com um certo clima dark (como "Journey To The Cave"), que imediatamente nos remete ao filme, ao passo que desta vez ouvimos música mais animadas ("The Weasley Stomp" ou "Ron's Victory", por exemplo), casando perfeitamente com a proposta do longa.

Uma obra que é completa como um todo, outros destaques vão para lindíssima "Farewell Aragog", "Harry e Hermione", a simples e bela "When Ginny Kissed Harry", ou a emocionante "Dumbledore's Farewell". Enfim, ficaria aqui falando de cada canção individualmente, mas para lhes poupar fico por aqui. Aproveitem, ouçam bastante já que Hooper declarou que não voltará para os dois últimos filmes da franquia, espero que contratem alguém à altura do que se tornou as lindas trilhas de "Harry Potter".


Download - Parte 1
Download - Parte 2




PS: Um bom site de consulta de trilhas sonoras é o Soundtrack.net

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

The Young Victoria

Direção: Jean-Marc Vallée
Roteiro: Julian Fellowes
Elenco: Emily Blunt, Rupert Friend, Paul Bettany, Miranda Richardson, Jim Broadbent
Extra: Indicado ao Globo de Ouro 2010 de Melhor Atriz - Drama (Emily Blunt).


Acho bom começar explicando que tenho um fraco por filmes de época, principalmente retratando essa temática da realeza e coisas do gênero. Dito isso, "The Young Victoria" não decepciona.

O bom roteiro de Julian Fellowes retrata a história da rainha Victoria que ao 18 anos assume o trono da Inglaterra rodeada de pessoas querendo manipulá-la, a jovem tenta manter-se fiel aos seus ideais, tenta desfrutar da recente liberdade que ganha com a coroa, já que antes de assumir era controlada pela mãe, que por sua vez era controlada pelo secretário e, para se ter uma noção, só podia subir e descer escadas de mãos dadas com alguém.

O filme, como a grande maioria dos que retratam a época, possuem um figurino impecável, uma direção de arte minuciosa e até um boa fotografia. Meu destaque maior vai para a segura direção de Jean-Marc, com ótimos ângulos de câmera e como explora bem seus atores e cenários. Aliás, seus atores... Emily Blunt nos entrega mais uma linda performance, sou fã de seu trabalho em "O Diabo Veste Prada" e como a jovem Victoria está segura e completamente crível.

O elenco de apoio tem uma participação de luxo do sempre competente Jim Broadbent que dá um showzinho como o tio da jovem, rei até ela completar 18 anos. Paul Bettany, também sempre linear, nos mostra um primeiro-ministro muito, muito bem feito e Rupert Friend, apesar de ser mais fraco, convence como o príncipe Albert e a excelente atuação de Mark Strong como o desprezível secretário John Conroy.

O filme no geral não decepciona, pega um tema que pode facilmente cair na mesmice e conta uma bela história de forma leve, com atuações marcantes, uma direção segura e de um jeito que você fica realmente satisfeito enquanto os créditos sobem na tela. Vale a pena.


Nota: 8,5


sábado, 2 de janeiro de 2010

Fechamento de Dezembro e Balanço do Ano



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Filme do Mês: ...E O Vento Levou


Balanço do Ano (2009):

Filmes Assistidos: 229
Média do Ano: 7

Mês com Maior Média: Junho (7,8)
Mês com Menor Média: Março (6,5)
Mês com Mais Filmes Assistidos: Dezembro e Agosto (29)
Mês com Menos Filmes Assistidos: Maio (14)
Reviews Feitas: 13
Quick Reviews: 11