Em 20 de julho de 2008, após mais de um mês de inatividade
neste mesmo blog um certo filme me deu inspiração pra voltar a escrever.
Batman - O Cavaleiro das Trevas havia sido lançado dois dias
antes.
Dessa vez a hiato no blog era um pouco mais sério, desde
fevereiro não escrevo aqui, mas nada que um filme de Christopher Nolan não
resolva. Portanto já peço desculpas se o texto não estiver tão bom, são meses
sem praticar.
Acredito ser desnecessário contar o resumo do filme, mas
acho válido começar falando das dúvidas que todos - ou quase todos - tivemos há
alguns anos: será que Nolan fará um filme melhor que o anterior? Bane dará um
bom vilão? Anne Hathaway uma boa Mulher-Gato? Respondei a essas perguntas
abaixo.
Após quase uma hora de filme, confesso que estava
decepcionado na sala de cinema, pensei de verdade que Nolan não chegaria perto
da obra-prima que foi O Cavaleiro das Trevas, mas subestimar esse homem é um
erro. Não só a ele como sua equipe. Os efeitos visuais sóbrios, coisa difícil
de acontecer em filmes do gênero, figurino super acertado, fotografia excelente
como nos acostumamos a ter com Pfister e a trilha sonora maravilhosa de Hans
Zimmer - que estou ouvindo enquanto escrevo este texto.
Bom, começando a falar dos personagens, o que mais me
decepcionou foi Tate de Marion Cotillard, achei bastante fraca mesmo com seu
propósito bem definido na última parte do filme, mas já sabemos que personagens
femininas não são o forte de Nolan e seu irmão, Jonathan, com quem escreveu o
roteiro de Dark Knight Rises. Anne Hathaway está melhor do
que esperava, mas se não fosse pelo nome de sua personagem poderíamos nem
identificá-la como Mulher-Gato, apenas uma ladra ficaria de bom tamanho. Ela
não é diferencial no filme, mas é eficaz no que se propõe.
Já o personagem de Joseph Gordon-Levitt sim, é uma grata
surpresa em todos os sentidos, necessário à trama, bem trabalhado, bem
interpretado e bem dirigido. Christian Bale continua fazendo bem a proposta desse
seu Batman, com a voz característica e as mudanças físicas nítidas na tela,
continua ótimo. Morgan Freeman continua sendo o que Lucius Fox precisa ser, sem
tirar nem por. Michael Cane e Gary Oldman. Dois atores maravilhosos, disso
sabemos, mas que nos entregam performances arrebatadoras, o primeiro então, em
seus poucos momentos em tela consegue emocionar como poucos e Oldman, esse aí
sempre sabe o que faz.
Agora, Tom Hardy e seu Bane. Que Hardy é um puta ator isso
tá provado, mesmo fazendo filmes de ação, romance, o cara sabe atuar e muito
bem. Nesse filme sua interpretação sutil apenas pelo olhar é mais do que
suficiente. O trabalho de voz é muito bem feito, mas no cinema fiquei com uma
sensação estranha, a voz alta demais, um pouco falsa até, por vezes não parecia
vindo dele. Mas é um detalhe, Nolan consegue filmar Bane sempre de modo
amedrontador, sem medo, capaz de qualquer coisa, sem dúvidas um vilão muito
melhor do que imaginava quando foi anunciado.
Não quero deixar o texto maior do que já está, falar de como
em certo momento o filme se torna completamente sobre a cidade de Gotham e
menos sobre seu herói, ou como o roteiro, mesmo sendo ótimo possui falhas, sim,
o fato de Bruce Wayne retornar à cidade sem dinheiro e sem documento ainda não
me ficou claro. Mas todo o clima de tensão, urgência e medo criado, de todas as
pontas terem sido bem amarradas e os últimos 15 minutos serem absolutamente
geniais - deixando espaço até para teorias de conspiração - fazem de
Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge um final excelente
para uma trilogia que marcou de todas as formas possíveis não só o cinema
adaptado de quadrinhos, mas a indústria de modo geral.
1º - O Cavaleiro das Trevas
2º - O Cavaleiro das Trevas Ressurge
3º - Batman
Begins
Nota:
5/5
Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge
(The Dark Knight Rises)
Direção:
Christopher Nolan
Roteiro:
Christopher Nolan e Jonathan Nolan
Elenco:
Christian Bale, Tom Hardy, Michael Cane, Gary Oldman, Joseph Gordon-Levitt,
Marion Cotillard, Anne Hathaway, Morgan Freeman
Dark
Knight
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