terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

A Chatice Cult (Ou Como o Yuri de 13 anos me trouxe aqui)

Se é pra voltar a escrever, vamos voltar com historinha pessoal.

Quando comecei a perceber que gostava de verdade de cinema, passei a ir atrás de informações, ler sobre, fazer listar, etc, gostava muito das críticas que saíam no site AdoroCinema, à época eram poucos críticos e gostava muito de um chamado Rodrigo. Para ser sincero não me lembro de seu sobrenome, talvez Rodrigo nem seja o nome correto.

Devia ter uns 15 anos à época, li uma crítica sua sobre um filme pop, bem daqueles que os críticos costumam detestar. Mais uma vez não consigo lembrar dos fatos - a idade vai alcançando e deixando suas marcas - mas lembro que lhe mandei um e-mail dizendo como gostava de suas críticas, mas que achava muito chato os profissionais verem todos os mínimos erros e pouco aproveitarem o filme, a experiência, o todo.

A magia do cinema sempre me conquistou. Desde "Zoando na TV" de Angélica (meu pai, meu herói) até "Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel" quando - em pleno verão carioca, o ar condicionado do cinema parou de funcionar e meu eu de 13 anos, teimoso que só, se recusou a ir embora e perder o que é até hoje um de meus filmes favoritos.

Com isso em vista, mandei meu e-mail para o Rodrigo, sem esperar uma resposta ou qualquer outra coisa dele, queria apenas expressar meu ponto de vista. Novamente meu eu, dessa vez com 15 anos, se mostrava bastante seguro de si, ah a adolescência...

Eis que não só o atencioso Rodrigo me respondeu, como em sua coluna da semana seguinte havia uma frase após o texto: "um abraço ao amigo Yuri, o maior cinéfilo que conheço".

Aquilo me marcou de uma forma que Rodrigo, infelizmente, nunca soube. Ali eu percebi como devia me manter "imune" o máximo possível ao vírus do crescimento, tentar não ser tão chato, aproveitar meus filmes por tudo que eles ofereciam. Claro que em muitas coisas fui e sou chato pra caramba, mas ainda tento sempre aproveitar a mágica que o cinema nos oferece.

Vamos curtir os filmes de super herói sim (sem entrar no mérito da crise criativa e ganância dos estúdios), comédias românticas, musicais. Vamos aproveitar tudo que essa arte que tanto amamos ainda nos proporciona, mesmo com tantas resistências. Do filme iraniano de baixo orçamento ao popcorn norte-americano. Do preto e branco ao 3-D. De Angélica à Peter Jackson.

Obviamente filmes de Rob Schneider e Adam Sandler não são contemplados por esse texto.

Ao "Rodrigo", obrigado por manter aquele jovem Yuri amando cinema. De verdade.

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Yuri, você acha que não sei como aquela mera resposta te marcou? Meu jovem, vim acompanhando o seu blog até que, subitamente, parou suas publicações. Fico contentíssimo por ver que consegui manter o espírito e a fantasia do cinema acesos em pelo menos uma pessoa. Meu coração está em festa.
Que você continue sendo esse amante da sétima arte.

Do seu amigo,
Rodrigo.
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Brinks, Dudu aqui.